domingo, 21 de dezembro de 2014

Entrevista Naina 4 de 4


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Entrevista com Fábio Elias Relespública 4 de 4


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Entrevista com Fábio Elias Relespública 1 de 4

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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Gilson de Paula

Gilson de Paula é natural de Curitiba, capital do Paraná. Formado em jornalismo pela PUC-PR, em 1992, sempre se destacou pela irreverência de seus textos, sem deixar a ironia e o sarcasmo de lado.

Foi editor de esportes do Diário Popular entre 1993 e 2007. Nessa época, era ele quem realizava o tradicional jantar Chuteira de Ouro, que premiava os melhores jogadores do Campeonato Paranaense.

Também foi redator chefe da Revista Pista Livre, especializada em automobilismo, entre os anos de 1991 e 2001. Além de jornalista e escritor, também é cantor e compositor, sendo autor de mais de 150 canções.

 Em 2014, lançou o CD “Vamos Nessa?”, que contém 15 canções de sua autoria.

No cinema, dirigiu o filme Coração Verde e Branco, em 2009, o qual conta a história dos primeiros 100 anos da vida do Coritiba Foot Ball Club, trabalho esse que foi muito elogiado pela crítica e também pelo público.

Na literatura, foi autor da obra “Inocência Perdida- A mulher de branco”, romance de ficção lançado em quatro países (Cabo Verde, Angola, Portugal e Brasil) pela Chiado, a principal editora de Portugal.

Agora Gilson de Paula entra em campo com a biografia de Rafael Cammarota. Ele próprio diz que se sentiu muito à vontade para contar a história do maior goleiro da história do Coritiba.

“Os capítulos mais emocionantes eu praticamente vivi junto, ali na arquibancada. Portanto, foi um prazer imenso poder reviver todas aquelas emoções. Estou muito feliz por ter essa oportunidade na minha carreira”, diz.

Glauco Silveira: Mas o Rafael também foi um ídolo no Atlético, isso vai entrar neste livro?

Gilson de Paula: O livro é sobre a vida do Rafael e não sobre a vida dele no Coritiba. O livro não é só para torcedores do Coritiba. Trata-se de um livro para quem gosta do esporte em si. São tantas histórias. Umas mais dramáticas. Outras mais hilárias. Eu confesso que fiquei surpreso com tantas histórias. A vida do homem daria uma novela facilmente. Eu me diverti muito ao escrever e, pra mim, foi uma grande honra, já que tenho no Rafael Cammarota um grande ídolo. Ele me deu a maior alegria de todos os tempos no futebol, que foi a conquista histórica e única do Campeonato Brasileiro de 1985.

Glauco: Tem como reverter e evitar a queda esse ano? 

Gilson: Particularmente, acho que não. Se você perguntar se eu ainda tenho esperanças, lógico que sim. Porém, é aquela esperança quase morta. Não acredito nesse treinador atual. Se mandaram ele embora no ano passado para evitar o rebaixamento, como é que vão trazer o cara esse ano para tentar se salvar? Onde está à coerência nisso? É muita incompetência andando junto no Alto da Glória. Mas como não me resta outra alternativa, o jeito é rezar bastante e torcer para esse time fraco e para esse treinador tão fraco quanto o elenco que ele tem nas mãos.

Glauco: E o que fazer para subir ano que vem?

Gilson: Se cair, o Coritiba precisa começar do zero. Mas do zero mesmo. Primeira coisa a se fazer é se livrar de todos esses jogadores ligados a empresários, que estão só jogando a história do clube na lama. Deve-se montar uma comissão técnica que tenha um mínimo de noção de futebol e formar uma equipe barata e jovem para disputar o Campeonato Paranaense. Durante o Estadual, o treinador poderá analisar quais atletas terão capacidade para disputar o Campeonato Brasileiro e, conforme chegar perto do início da competição mais importante, fazer três ou quatro contratações pontuais. Dá pra fazer um time barato, enxuto, com atletas da base e com força para subir, sem fazer muito esforço. Mas pra isso é preciso acabar com essa farra de jogadores de empresários no Alto da Glória. Se não cair, eu acho que vai ser saco de pancadas de novo ano que vem porque a grana da TV já foi utilizada, ou seja: vai disputar a Série A, contra equipes milionárias em desigualdade de condições, financeiramente falando. A não ser que apareça algum maluco que resolva injetar dinheiro do bolso no clube, coisa que eu não acredito que vá acontecer.


Glauco: O porquê você virou torcedor do Coritiba?

Gilson: Eu não virei torcedor. Já nasci coxa branca.

Glauco: Qual o jogo que marcou sua vida?

Gilson: Coritiba x Santos, no Alto da Glória. Última rodada do returno do Campeonato Brasileiro. O Coritiba precisava vencer para passar à segunda fase. O jogo seguia empatado em 1 x 1 até os 45 do segundo tempo, quando o Lela praticamente tomou a bola do Marco Aurélio e mandou pro fundo da rede. Poucas vezes na minha vida eu vi tantas pessoas emocionadíssimas por causa do futebol. Aquela imagem das pessoas chorando, agradecendo a Deus, se abraçando, se ajoelhando e gritando como loucos é algo que eu nunca mais vou esquecer. Foi incrível. Foi ali que o Coritiba começou a conquistar o título daquele campeonato.

Glauco: Alex, alegria ou decepção?

Gilson: Você quer me colocar numa fria, né (risos)? O Alex é um cara super gente boa, que foi ídolo no Palmeiras, no Cruzeiro e que, na minha opinião, devia ter disputado as Copas do Mundo de 2006 ou 2010 porque muitos que foram pra esses mundiais não jogavam metade da bola que ele jogava. No Coritiba ele não foi bem, infelizmente. Porém, é bom ressaltar que, no meio do time que ele joga, nem o Messi iria bem. O cara dá o disco e só volta à capa. Complicado.

Glauco: O que você acha que fez o Sr. Vilson Ribeiro de Andrade que se perdeu no comando do Coritiba?

Gilson: O grande erro do Coritiba, hoje, é deixar o futebol do clube nas mãos de pessoas que não têm qualquer ligação afetiva com o clube. Dia desses, o time foi jogar em São Paulo, o Rafael foi conversar com os dirigentes e ninguém sabia quem ele era. O que falta no Coritiba é gente que queira ver o clube vencendo jogos e vencendo financeiramente. O Coritiba não é um banco, ao contrário do que pensam esses caras que dirigem o clube atualmente. O Coritiba é futebol. Eles estão lá para fazer do Coritiba um clube vencedor dentro de campo. O Vilson centralizou demais, não ouviu ninguém e contratou diretores profissionais da bola. Quando eu digo profissionais, falo de gente que só pensa em grana. Aí entopem o clube de jogadores ligados a empresários amigos desses profissionais da bola para tentar valorizar algum deles e vender em seguida. O Coritiba é muito maior que isso. Sou do tempo em que atletas ficavam cinco, seis anos no clube, jogando por amor à camisa, com o único objetivo de levantar taça. Hoje um moleque de 17 anos assina contrato com o Coritiba e, durante a vigência desse contrato, o procurador dele já está oferecendo esse atleta pra tudo quanto é clube. É assim que está a vida do Coritiba atualmente. Uma lástima. Precisamos de coxas brancas de verdade fazendo futebol no Alto da Glória. Se você me perguntar um nome, eu te dou: Giovani Gionédis, que depois do Evangelino, foi o único cara que nos colocou na Libertadores. Depois também fez um monte de cagadas, mas ele errou pensando em acertar. Trata-se de um grande coxa branca.

Glauco: Como jornalista e torcedor, o fato lamentável na ultima queda do Coritiba para serie B ou até mesmo a barbárie em Joinville no jogo Atlético x Vasco e confronto de torcidas que acontecem pelo país afora mesmo que não seja um clássico. Você é a favor do fim das Organizadas ou se houver interesse do clube essa violência pode diminuir ou até mesmo acabar?

Gilson: Eu não sou a favor do fim das organizadas. Muito pelo contrário. Quanto mais organizadas, mais lindas são as festas nos estádios. Eu sou a favor da punição severa aos torcedores que usam a camisa de um time ou de uma organizada para brigar e promover atos de vandalismo. As leis estão aí, mas não são cumpridas. Aliás, isso não acontece só no futebol. As leis não são cumpridas em todos os segmentos no Brasil. Por isso que as pessoas cometem delitos. Elas sabem que nada vai acontecer. Se o cara souber que ele vai passar uma bela temporada na cadeia, que ele vai ter que tirar muita grana do bolso, que ele vai ter que cumprir uma pena, tenho certeza que ele iria pensar duas vezes antes de sair distribuindo porrada nos estádios por aí. A impunidade é a grande culpada de tudo. Poderiam criar, inclusive, uma delegacia especializada em torcedores briguentos. Quem fosse pra lá passaria uma temporada fabricando brinquedos e bolas para crianças carentes. Garanto que a violência nos estádios iria diminuir bastante. Esse negócio de dizer que a briga acontece só por causa da organizada é bobagem. Tem muito neguinho ali que sai no tapa usando a camisa da organizada, mas nem é associado. E pior que estoura sempre na cabeça da diretoria da torcida. Agora, quando uma organizada reúne os seus associados para doar sangue em massa não aparece nenhuma emissora de TV para cobrir. Quando eles fazem festas de natal em creches e orfanatos, com arrecadação feita entre os associados, ninguém divulga. As torcidas organizadas fazem muito mais pelas pessoas carentes do que esses que só sabem dar porrada nessas instituições. Lógico que não são santos, mas também não são tão demônios assim. Um salve pra todos os irmãos lá da Império Alviverde, a maior do Sul do País.

Glauco: O que é mais difícil, escrever um livro, dirigir um filme ou compor uma canção?

Gilson: São três trabalhos completamente diferentes, porém extremamente prazerosos. Quando você está fazendo uma canção, geralmente o resultado daquele trabalho mostra como está sua alma naquele momento. Se você estiver apaixonado vai sair uma linda balada romântica. Se você estiver feliz, realizado, vai um rock and roll bem animado. Se você estiver triste, o resultado será uma canção melancólica. O compositor geralmente entrega como está se sentindo ao compor uma canção. O livro é diferente. No meu caso, eu escrevo romances. É o mesmo que brincar de ser Deus. Eu decido o que vai acontecer com meus personagens. Se me der na louca e decidir que determinado personagem vai morrer naquele dia, ele morre e pronto. É muito louco isso. E quem ler vai ter que se acostumar e aceitar aquilo que você decidiu. É uma responsabilidade enorme. Já dirigir um filme é preciso feeling. Você tem que estar com o resultado final já na cabeça. Não dá pra mudar o caminho da coisa durante o trabalho. No primeiro dia de filmagens, o roteiro já está pronto com começo, meio e fim. É algo mais mecânico. Dos três trampos, eu acredito que fazer uma música é o mais complicado. Eu posso sentar na frente do meu computador agora e escrever um conto facilmente. Posso pegar uma câmera e dirigir um filme sem esforço algum. Agora, se eu disser que vou sentar na frente do computador e fazer uma música a qualquer momento, estarei mentindo. Tem que ser na hora certa. Sem inspiração, sem música.

Glauco: Do que se trata seu livro? Quanto tempo para escrevê-lo?

Gilson: Meu livro é uma história que se passa na fictícia cidade de Puritana do Norte, uma cidade quente no Nordeste. E nessa cidade reza a lenda que os homens infiéis são atacados por uma fantasma vestida de branco. E numa bela noite, o Dagoberto garoto que sonhava em ser padre, foi atacado pela Mulher de Branco. Só que ele não acreditou muito naquela história de fantasma e resolveu dedicar seu tempo para descobrir quem foi à mulher que desgraçou sua vida e acabou com sua castidade. A história mostra a vida como ela é. Os personagens são canalhas, egocêntricos, egoístas, sacanas. Como bem disse Luis Fernando Veríssimo numa crítica publicada no Jornal Zero Hora, a obra “Inocência Perdida” lembra muito as obras de Dias Gomes. É diversão do começo ao fim. Todos que leram gostaram muito, graças a Deus. Levei seis meses para escrevê-lo, mas a história eu tinha na cabeça desde 1985.

Glauco: A sua Radio Web é mais por prazer ou tem também seu cunho comercial?

Gilson: Nenhuma das duas. A Rádio K64 existe exclusivamente para divulgar o trabalho da minha banda e também para divulgar os eventos ligados ao motociclismo paranaense. Estamos com cinco mil ouvintes por dia e hoje eu posso dizer que a rádio é um patrimônio do motociclista brasileiro. Muita gente diz que não sabe mais viver sem a rádio K64, que é, sem dúvida, a rádio mais rock and roll que existe. www.k64.com.br Acesse e confira.

Glauco: Você cria “inimigos” com seus textos? Já teve problemas com isso?

Gilson: “Inimigos” acho que é uma palavra muito forte. Como eu não tenho medo de dizer o que penso e não tenho papas na língua, às vezes algumas pessoas acabam se irritando porque nem sempre a verdade é algo agradável de ler. Mas confesso que não ligo pra isso. O importante é você ter a consciência de que está fazendo a coisa certa.

Glauco: Qual será a próxima empreitada de Gilson de Paula ou vai se dedicar em tempo integral a biografia do Rafael Cammarota?

Gilson: A biografia do Rafael será lançada agora, dia 10 de novembro, na Coxamania do Shopping Total. Portanto, ainda estou em pleno desenvolvimento do projeto. Ainda não sei qual será o próximo passo. Estou pensando em gravar um DVD ao vivo com a minha banda com músicas próprias. Acho que esse é projeto para esse começo de 2015.

Glauco: Quem é Gilson de Paula por Gilson de Paula?

Gilson: Isso eu já falei na letra da canção Trocando Ideias. “Sou um brasileiro saudável com costumes normais. Certas vezes penso que tenho um grande potencial. Mas não passo de um personagem que eu criei numa boa. Passo o tempo inteiro tentando ser um cara legal. Tenho mania de pensar no passado. Meus ídolos já não estão mais aqui. Então me resta tomar outra gelada com algum camarada para me divertir”. Sou uma pessoa que não é capaz de fazer mal a absolutamente ninguém e que está sempre disposto a ajudar os outros, desde que os outros mereçam ser ajudados. É isso!

Glauco: Gilson, obrigado por essa palhinha no blog, pois estaremos estreando em breve o programa na Radio Antena 1000, onde você poderá contar muito mais sobre sua carreira em todos os segmentos. Muito sucesso para você!

Gilson: Fiquei muito feliz com o convite. Eu vi o Mauro Mueller respondendo essas perguntas no blog e ser colocado no mesmo pedestal que um monstro como ele é uma honra enorme pra mim. Agradeço de coração e espero ter colaborado aí com o blog. Desejo sucesso e saúde ao amigo e que Deus abençoe todos nós. Que 2015 traga de volta as alegrias e mande pra longe as amarguras de 2014. Valeu galera! Felicidade geral aí!




quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Mauro Muller

Nascido em Curitiba, estudou até os 13 anos em escola particular, onde descobriu o vôlei e a música. Apaixonado mesmo, não fazia outra coisa fora da sala de aula, se não tocar na banda e jogar na seleção da escola.

Com 13 foi morar em São José dos Pinhais. A escola pública pra ele foi um desastre, tanto na música como no vôlei. Foi trabalhar pra ter dinheiro.

Tinha trabalhado ajudando o pai a vender produtos de cozinha. Um péssimo vendedor de porta em porta.  Trabalhou em uma loja de materiais de construção e 4 meses depois lendo um anúncio de jornal, foi atrás de uma vaga de office-boy. 

Era uma rádio e a vaga de boy já tinha sido preenchida e ofereceram a ele de operador de áudio.
Tinha 14 anos e em fevereiro de 1983 começou sua história no radio na Rádio Nova AM de São José.

Depois Clube FM, Capital FM como operador e com 16 anos os primeiros passos como locutor, na Paraná AM. Locutor profissional, com horário e programação mesmo foi em 1986 na Ilha do Mel FM de Paranaguá. Voltou para Curitiba, como locutor da Inter 99 FM, 94 FM, e em 1989 a Transamérica, onde levou o rádio como profissão. 

Em 91 veio a televisão, apresentando programa de clipes, o Som Iguaçu no canal 4, nesse momento era vocalista de uma banda de rock chamada Anestesia, com música gravada em estúdio, fazendo shows no circuito de Curitiba e no estado. 

Ficou um ano no Ídolos de Matinée, depois montou várias bandas para tocar suas próprias músicas, levando sempre em “terceiro” plano com o rádio e a TV. Em 92 foi pra São Paulo trabalhar na Transamérica, depois Cidade FM, voltou para Curitiba, Alternativa FM, implantação da Jovem Pan em julho de 94, depois Cidade FM e a volta pra Transamérica em 98. Tornou-se um coordenador artístico.  
Foi vocalista da Banda Djoa por um ano. Em 2001 veio a crônica esportiva, encarregado de montar o Transamérica Esportes. Também em 2001 teve uma passagem pela TV Exclusiva, por 1 ano e meio fazendo matérias de esportes radicais e as bandas que iam tocar ao vivo no estúdio.Foram dois programas SUPER MIX como Exclusiva e TV Transamérica o programa NO GÁS e também o CLIPE DA HORA.

Em 2006 começou a fazer teatro e a música foi ficando na base do Hobby, mas sempre compondo, sempre em contato, mas um pouco mais leve. Saiu da Mix em 2007 e fui para a 91Rock. Montou o projeto do Torcida 91 com uma equipe de esportes. 

Em 2010, formou-se ator e logo em seguida, começou a apresentar o Show de Bola, onde está até hoje. Montou de novo a Mix em Curitiba em 2011, mas em 2014 ela se transformou em rádio evangélica e fechou. Nesse meio tempo fez parte de 3 companhias de teatro, fez mais de 40 espetáculos, 1 grupo de humor stand up comedy e agora está na Navegantes Cia de Teatro. Já trabalhou como ator em 4 curtas, um premiado (Burnout – de Lincoln Barela). Hoje é vocalista da banda Mauro Mueller e a Incrível Fundação Elétrika.

Glauco Silveira: Praticamente um Highlander (risos)

Mauro Muller: 47 aninhos agora e bem agitados (risos)

Glauco: E nessa longa jornada nunca surgiu a ideia de sem envolver com política?

Mauro: Já me sugeriram, já me convidaram, mas eu não pensei em entrar nessa, sou artista e gosto da arte, se eu me meter na política ia me dedicar demais e acabar saindo do meu rumo se eu me candidatar ou coisa assim, vou entrar de cabeça, mas não estou interessado.

Glauco: Mesmo sabendo a sua resposta, pois já falamos informalmente sobre isso (risos). Qual seu clube de coração?

Mauro: Eu torço pelo Alexandre Nero, torço pela Banda mais Bonita da Cidade, Coritiba, Paraná e Atlético, torço pela cidade e tudo o que sai ou fica aqui, sinceramente mesmo de verdade.

Glauco: Não seria pelo fato de um jornalista esportivo não dizer para que time que torce realmente para não haver "perseguições", existe isso entre os jornalistas ou é lenda?

Mauro: Sim, um pouco, mas sinceramente desde 2001 eu adotei a postura de não contar e hoje acabei me envolvendo. E como já fiz muitos projetos de apoio ao artista local, tenho isso de querer ver os curitbanos bem na fita. Assim se o Paraná subir será legal, se uns dos três forem campeões será legal para todos, vejo o Nero na novela e comemoro como se fosse um gol da seleção de Curitiba.

Glauco: Ele está ótimo como José Alfredo na novela Império.

Mauro: Cara eu dei espaço pro Nero tocar na rádio, na TV e agora vejo na TV ele arrebentando como ator e fico feliz. Nem pareço um curitibano né? (risos). Isso é legal, divulgar os “irmãos” que fazem qualquer coisa legal e dizer de boca cheia "esse cara eu conheço".

Glauco: A Guta Stresser por todos esses anos na Grande Família, lembro-me dela ainda fazendo o "Vampiro e a Polaquinha".

Mauro: Ela é ótima também, sou fã do trabalho dela, eu fiz matérias pra TV das peças dela, ela merece mais, o Luis Melo, Adriana Biroli, Marjorie Estiano.

Glauco: Temos o Pedro Inoue, filho da Nena Inoue e do Hélio Barbosa, dando seus primeiros passos na Globo.

Mauro: Sim, eu acho que temos que valorizar os caras daqui mesmo que eles estejam aqui também, mas quando eles saem parece que levam o nosso jeitinho pra lá é legal.

Glauco: E você que fez teatro e cinema, não pensa em fazer televisão também?

Mauro: Eu faço de tudo o quanto for possível para não parar no tempo e evoluir como pessoa e como profissional, claro que penso em evoluir e se evoluir for fazer rede vou fazer, penso nisso sim. Hoje estou muito bem na TV na Rede Massa, o trabalho que fazemos lá é nível de rede, vejo muita coisa do SBT e tenho a opinião que aqui não devemos nada pra Rede SBT, o Ratinho estruturou a TV de uma forma que hoje fazemos trabalho de “gente grande”, brigamos com a Globo todos os dias e às vezes a ganhamos deles, muitas vezes.

Glauco: Como é essa loucura de apresentar um programa de esportes? Muita gente pensa que você está lá 15 minutos do programa ir ao ar, conte um pouco de como é fazer o programa.

Mauro: Chego lá às 7h da manhã e o programa entra no ar 11:30, temos uma equipe de 5 pessoas diretamente ligadas ao programa, sem contar as pessoas que trabalham para a TV e tbm para o Show de Bola. Edito, escrevo textos e faço matérias e os que são diretamente do SBT são editor chefe, produtor, operador editor e a Kelly, que tbm ajuda no dia a dia além de apresentar, a gente trabalha a tarde às vezes também, é trampo bom e correria, saio de lá às 12:30h normalmente e tem que acompanhar os movimentos da bola e do esporte, ficar ligado nos jogos, nos bastidores.

Glauco: E na sua opinião os nossos times como irão terminar este campeonato da forma que estão?

Mauro: Cara, estão feios, foi um ano ruim pros 3, a única coisa boa foi para a torcida do Atlético que tem que se contentar com o novo estádio, mas é só. Eu espero que o Coritiba não caia pra segundona e o PR fique pelo menos na segundona.

Glauco: Mas estádio não ganha jogo, eu sendo atleticano preferiria o antigo Joaquim Américo e muitos títulos do que jogar serie b ou a com um time medíocre em um estádio de primeiro mundo.

Mauro: E se você ler minha coluna no Bem Paraná eu escrevi semana passada que o Atlético teve um problema muito sério, se desfez de nomes como Paulo Baier, Ederson, Manoel, Everton e não contratou à altura, está com um time ruim e um técnico que pegou o problema no meio do campeonato. Está perigoso para o Atlético, pois times que se ajeitaram estão subindo, tipo Bahia, Palmeiras que se arrumaram para não cair.

Glauco: Oremos então.

Mauro: É reta final a e a linha do Atlético está descendente, verdade, oremos. E essa linha é bem fácil de ver na tabela. O Coritiba, por mais que tenha os problemas está numa linha de subida, o Bahia subiu, Palmeiras, Figueirense, Vitória, times que resolveram seus problemas e o Atlético parece não ter resolvido ainda é muito perigoso.

Glauco: E terá tempo nesta reta final de resolver problemas extra campo que influenciam o campo?

Mauro: Não. Tem que dar uma remendada e seguir, tipo o quer o Antônio Lopes fez quando livrou o Atlético, esse é o perigo. Eu vi notícias de que está remendando, vem novidades por aí que vão aparecer no Show de Bola logo.

Glauco: Para encerrar essa parte do futebol especula-se que o Alex estaria querendo deixar o Coritiba para que não suje seu currículo com a queda para uma série B. É verdade isso? Você que está nos bastidores do esporte também já ouviu falar sobre isso?

Mauro: Não. É boato, não é do feitio do Alex. Mais fácil ele encarar e ajudar a tirar o time do buraco. Lembra do Paulo Baier, que ficou e ajudou a tirar? O Alex tem mais esse perfil e todos sabemos que a culpa não é dos jogadores, é de quem contratou um elenco fraco e diz não ter dinheiro, faz 3 anos que o Coritiba chora da falta de dinheiro.

Glauco: Não pegou mal aquela faixa no Atletiba, na qual os jogadores reclamaram seus salários ou isso é uma realidade em 90% dos clubes brasileiros?

Mauro: Aquilo fortalece o elenco com a torcida, isso o time precisava, porque ano passado o Vilson (Vilson Ribeiro de Andrade, Presidente do Coritiba) jogou a torcida contra os jogadores e agora a torcida está contra o Vilson e a favor dos jogadores, somando o time ter vencido o clássico, deu um impulso importante para o time sair da ZR, mas na verdade não se mexeu pra resolver a falta de dinheiro, só fica reclamando e fazendo essas reuniões pra tentar mudar a lei, o que eu acho legal, mas não é só isso, precisa planejar direito também para o ano que vem. Botafogo, Vasco, Flamengo, Palmeiras, sim, muitos clubes estão com problemas sérios de grana e eu até concordo com o Vilson que tem que haver mudança na legislação, o Flamengo está devendo para o Ronaldinho Gaúcho,para o Romário e não paga, precisa haver uma punição pra essa falta de responsabilidade. A torcida quer títulos e os dirigentes dão títulos pra torcida as custas do sangue do Clube e isso é ilegal. Se os clubes forem todos eles legais e dentro da legalidade contratarem jogadores, quero ver o Flamengo ser campeão sem contratar um cara pra ganhar 300 mil de salário se não tiver como pagar. A folha do Grêmio ano passado era de 8 milhões e a do Cruzeiro 3 milhões e meio, que foi campeão? Palmas para o dirigente Cruzeirense, isso se chama profissional de futebol e vai ser Bi-Campeão.

Glauco: Você fez várias coisas na sua vida e sempre a musica envolvida, seja ela no teatro como sua carreira mesmo como musico. Vejo muitas bandas ralando à anos e que não conseguem um destaque nacional e muitas nem um destaque estadual. Vemos união de bandas de outros lugares como RS e no PR isso não vinga. Na sua opinião isso acontece por que?

Mauro: Falta de união não quer dizer que o artista não fará sucesso nacional, mas aqui em Curitiba quando um artista de música faz algo, ele esconde dos outros músicos. Isso não é bom. Os artistas curitibanos não fazem sucesso por culpa de cada um deles cada um de nós é melhor escrevendo.

Glauco: E isso que me refiro, em Recife teve o movimento Mangue beat, no RS as bandas gauchas sempre estão se destacando mesmo dentro do seu estado e no Paraná, não digo nem Curitiba, por que isso não acontece?

Mauro: Mas em Recife a música sempre foi impulsionada pelo turismo, Alceu Valença, Elba, Moraes Moreira, na Bahia Ivete, Gil, e os outros, não dá pra comparar. No Sul o que eu sempre ouvi é que, como eles são muito longe de SP, tiveram que adquirir vida própria e quando o mercado nacional tinha que buscar rock brasileiro, viu vida no Rio Grande e foi buscar no projeto Rock Grande do Sul e achou belas bandas por lá que já tocavam. Aqui um artista local não lota shows, raras foram as vezes em que eu vi shows lotados de bandas locais, conto nos dedos as bandas que abarrotavam casas pra ver os caras tocando.

Glauco: Atualmente acredito que o Motorocker faça isso.

Mauro: E o mercado nacional só vai vir buscar aqui o que estiver fervendo, não vai fazer isso com um suspiro. A única banda que faz isso é o Motorocker mesmo e eles tem fãs fora de Curitiba numa loucura legal, o Dinho Ouro Preto paga um pau pros caras que é legal de ver.

Glauco: Dinho que adora dizer que é curitibano,ele é, mas é como eu que nasci em São José dos Pinhais. Só nasci (risos)

Mauro: Mas é bom que ele diga que nasceu aqui, aliás dessa turma de Brasília tem uma galera, o meu primo é o André X (André Mueller baixista da Plebe Rude) Marielle Loyolla, Dinho, mas eu vi Guaíra lotado pra ver Blindagem, Reles e só. Casas noturnas pra ver bandas locais lotadas, cara não me lembro de ver esgotar ingressos depois do Sr Banana e estamos falando da década de 90. A BANDA MAIS BONITA DA CIDADE fez milhões de views na internet e as rádios de Curitiba não tocaram a música deles como dão atenção ao mercado nacional.

Glauco: Faltaria alguém para tomar frente a isso, um exemplo o Fabio Elias que tentou fazer uma festival e foi rejeitado pela fundação cultural, falta apoio do poder publico também?

Mauro: Cara, eu sei bem o que você fala quando fala que falta alguém e não é alguém é o curitbano parar de se achar e ter mais humildade em reconhecer o outro, eu gosto muito de divulgar os artistas, falo nome de gente da música, de outros esportes lá no Show de Bola, entrevisto, divulgo, mas o mercado não é assim, tem todo um movimento errado que rola no mercado local. Cara eu tenho esse trampo de Tv e rádio, e banda, e teatro divulguei bandas, fiz projetos de união, cara eu tenho uma raiva de nunca ter sido considerado, não que eu queira um prêmio nem nada, mas eu fiz muita coisa e como eu não tenho família rica e não sou filho de político, não sou reconhecido, me dá uma frustração as vezes. Não penso nisso e sigo meu caminho, mas que dá uma dorzinha de vez em quando isso dá. O poder público tinha que fazer tudo o que fosse possível pra formação de plateia, mas não gravar CD de banda POP e dizer que está apoiando a cultura. Tenho 300 CDs da Fundação apoiados pela Lei de incentivo que se contar 3 ou 4 que poderiam tocar em rádio, é muito. O poder público tem que levar música pras praças, show ao ar livre, oficinas de música, shows com artistas locais e grandes artistas no mesmo palco com o mesmo equipamento e o mesmo cachê.

Glauco: Defina Mauro Mueller.

Mauro: Música, teatro e TV hoje são minha vida, tudo isso com uma garrafa de um bom vinho o resto é poesia. Eu sou um poeta incompleto, estou em construção (risos)

Glauco: Mauro valeu pela participação, infelizmente o espaço é curto para uma coisa maior, pois sei que você tem muita história para contar nesses seus apenas 47 anos de vida.

Mauro: Foi massa, eu agradeço imensamente esse papo!