segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Paulo Rogério

Nasceu em São Paulo, capital, em 23 de outubro de 1971, porém aos 5 anos mudou-se para o Distrito Federal por motivos de trabalho do pai, iniciando, então, sua carreira por essa região.

Aos 17 anos, Paulo teve seu primeiro contato com o saxofone na Banda de Música do Centro Educacional 01 de Planaltina, no Distrito Federal.

Ingressou na Universidade de Brasília em 2001, onde estudou com o mestre Vadim Arsky. Em 2005, formou-se na Universidade de Brasília com Bacharelado em Música (Saxofone) e um ano depois obteve a licenciatura pela Universidade Católica de Brasília.

Participou do 28 º e 29 º Curso Internacional de Verão da Escola de Música de Brasília, respectivamente no ano 2006 e 2007, tendo como mestre, o saxofonista Sérgio Galvão.

Atualmente, Paulo é integrante da banda Móveis Coloniais de Acaju, na qual ingressou em fevereiro de 2002, onde toca exclusivamente sax tenor; além disso, trabalha na administração e setor de vendas da mesma.

Glauco Silveira: Por que o Saxofone, foi um escolha certa ou você antes experimentou outros instrumentos?

Paulo Rogério: Sempre gostei de música e tenho dois irmãos instrumentistas, um saxofonista e outro clarinetista. Quando tinha por volta de 17 anos indo me alistar, passei na escola da cidade onde tinha a banda. Lá entrei e dei uma olhada, adorava o som do Trombone, influenciado por um trombonista chamado Raul de Souza. Meu pai ouvia muito, as aulas começaram e na hora de escolher o instrumento o professor me “empurrou” o saxofone, daí pra frente nada nos separou , e faz parte de mim desde então.

Glauco: No filme The Commitments, um dos personagens que era trompetista, deu a dica para o saxofonista para que o som saísse mais harmonioso que ele imaginasse o toque no seios de uma mulher. Para tocar o saxofone exije de fato essa leveza, sendo que quem toca diz que é preciso ter a "boca dura"?

Paulo: (risos)É embocadura, que é nada mais que a preparação da musculatura da parte facial e lábios adaptadas para conseguir emitir o som no saxofone. Realmente exige leveza tocar saxofone, e claro muita dedicação assim como o bom trato com as mulheres também exigem isso.

Glauco: Como surgiu o Mòveis Coloniais de Acaju na sua vida?

Paulo: Por volta do final de 2002, comprei o Ep de um amigo até então saxofonista na época e logo em seguida recebi o convite do Esdras com a seguinte explicação: Não ganha nada, mas se diverte. E aí pensei: E ainda posso fazer minhas loucuras musicais. Aceitei na hora.(risos)

Glauco: Essa é a pergunta mais batida do universo, mas preciso faze-la (risos)
De onde surgiu o nome Móveis Coloniais de Acaju?

Paulo: Entrei depois do nome escolhido, então cada um tem uma versão. A minha é que sou inocente nessa história.(risos)

Glauco: Falando um pouco de futebol, qual seu clube de coração?

Paulo: O Flamengo, sempre Flamengo.

Glauco: O por que você torce para o Flamengo?

Paulo: Apesar de ser paulista, comecei a entender o que é futebol vendo grandes clubes dos anos 80, e aí o Flamengo ganhou meu coração, era uma seleção. E me identifico com a mística da camisa Rubro-negra, quando penso que não tem saída, na raça as coisas mudam pra melhor. Mas também é sofrido, más gestões acabam fazendo minha torcida ficar um pouco descrente no futebol.

Glauco: Qual o jogo do Flamengo que para você é inesquecível?

Paulo: Flamengo e Vasco 2001,estava em casa e tinha  um vizinho tricolor soltando fogos na direção da minha casa, eu sem camisa em casa assistindo. Na hora do Pet bater a falta, peguei minha camisa e coloquei em frente a televisão , esticada no chão. Daí foi um momento mágico, pelo contexto, Zagallo naquela idade, e pro futebol ficou marcado. Ah, e o vizinho, esse nunca mais comprou foguetes pra encher o saco de quem ta quieto.

Glauco: Como você vê a "falência" de alguns grandes clubes brasileiros como o Botafogo e Flamengo que hoje possuem dívidas gigantescas e outros pequenos como do caso do Crack do DF que fechou as portas e abandonou a série C?

Paulo: No Brasil a má gestão ultrapassa divisões, são pessoas interessadas em ganhar dinheiro fácil, e no futebol assim como na política isso não é diferente. Não há uma fiscalização maior sobre as gestões e contratações dos times, sejam grandes ou pequenos, isso acaba fazendo com que isso aconteça, sonegações, transações milionárias e assim por diante, é muita picaretagem. Quem perde é o futebol e quem torce, e se a seleção levou de 7, o futebol brasileiro leva muito mais.

Glauco: Você concorda que o governo federal "isente" os clubes de suas dívidas?

Paulo: Não, claro que não. E as responsabilidades de quem deixou chegar a esse ponto? Isentar as dívidas também é isentar a culpa das más gestões, isso abre um precedente de que nunca nada deve ser cobrado ou nada fiscalizado, apenas perdoado. Espero sinceramente que isso não acontece ou estaremos vendo a profissionalização da incompetência no futebol Brasileiro.

Glauco: Já que tocamos no assunto de governo, esse ano teremos eleições presidências, o gigante realmente acordou e teremos surpresas nas urnas?

Paulo: Não adianta ser um gigante e não ter força de vontade pra mudar. A eleição me parecia bem polarizada antes do infeliz acidente que morreu o Eduardo Campos, mesmo que no início da campanha, essa polarização era já um pouco evidente, relembrando quando falo, início de campanha, não saberíamos bem como seria o desenvolvimento dele no decorrer dela. Agora com esse novo fato as coisas podem mudar mas é difícil prever algo nesse momento. Só não tenho saco pros cegos politicamente, que não tem uma visão crítica de seus candidatos ou partidos e se baseiam em que rouba menos e não em que o certo é não roubar ou  ser honesto, sejam de esquerda, direita etc etc.

Glauco: Quais os próximos projetos do Móveis Coloniais de Acaju?

Paulo:  Lançamos o disco “ de lá até aqui” esse ano e o filme “Mobília em casa” que conta uma parte da história de Brasília coma direção de José Eduardo Belmonte, que foi uma experiência única, e estamos ainda em fase de divulgação. E também algumas pessoas da banda estão em projetos paralelos como o meu Duo de música instrumental SALIMANGA com Bc Araújo, ex-guitarrista do móveis. Tem o Ep do Beto Mejia, Esdras com o Cd Capivara, em homenagem ao Hermeto Pascoal. Mas a divulgação desses dois últimos projetos do Móveis continua.

Glauco: Quais os próximos projetos do Paulo Rogério?

Paulo: O Duo Salimanga, um projeto de músicas próprias junto com meu parceiro Bc Araújo. Uma coisa que sempre tivemos vontade de fazer e já estamos na estrada, ato meio do ano que vem lançaremos o nosso disco.

Glauco: Quem é Paulo Rogério por Paulo Rogério?

Paulo: Um cara que acredita nisso: Aponta pra fé e rema.

Glauco: Paulo, muito obrigado por você topar participar do Blog e desejo muito sucesso na sua vida pessoal e profissional.

Paulo: Um grande abraço para todos vocês que curtem esse Blog.