sábado, 31 de maio de 2014

Rodrigo Scarton

Sem papas na língua, Rodrigo Scarton que não gosta de futebol falou um pouco de tudo e não poupou criticas a programas da televisão brasileira.
Conheça um pouco mais sobre ele.
26 anos, de Sinop MT, trabalha com música há 11 anos e toca há 15 anos. Cursa atualmente Psicologia
Guitarrista e violonista, aspirante a violeiro (instrumento que está estudando muito agora)  e por ventura do destinos, o colocaram pra cantar.
Já tocou com várias bandas de baile e em alguns projetos de Música Brasileira, Pop Rock, Soul e Funk.
Atualmente, além dos free lances com bandas e demais artistas, com mais três amigos, toca e canta na Biscoito Fino, que toca de tudo um pouco desde que todos concordem que seja bom e divertido de fazê-lo.
Glauco Silveira: Musica e psicologia combinam?

Rodrigo Scarton: Opa, muito, pelo menos pra mim, apesar que não gosto muito de misturar as duas. São duas coisas que amo muito, mas que pretendo não misturar, assim tenho uma quando me estafo da outra.

Glauco Silveira: O Biscoito Fino entrou quando na sua vida?

Rodrigo Scarton: No começo de Janeiro de 2013, meu amigo e companheiro de banda Geléia (Contrabaixo) apareceu na minha casa contando que tinham saído da banda com a qual tocava, Moda da Casa, ele e o Tiago (Bateria), me falou que gostaria de montar um lance novo, pediu se eu queria, e eu queria muito (risos), depois entrou o Ronaldo (Guitarra/vocal) também na jogada, a Gig tava feita. Dia 18 de Janeiro fizemos nosso primeiro show e estamos por aí ocupando ouvidos alheios desde então.
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·         Glauco Silveira: A ideia de fazer musica autoral veio desde o inicio ou surgiu pelo caminho da banda?

Rodrigo Scarton: Um pouco das duas coisas. A princípio não explicitamente; tínhamos vontade de tocar mesmo. Eu tenho algumas composições guardadas numa gaveta mostrei umas duas pra galera, eles curtiram, surgiu a oportunidade de gravarmos, escolhemos a Templo de Pedra. Agora estamos trabalhando em algumas outras dentro das possibilidades de tempo e financeiras, inclusive, ganhamos uma linda poesia do Carlinhos Mato Grosso, que é de Sinop também, prata da casa, se chama Maria Joana, já está musicada e será a próxima gravação. Um baião rock.

Glauco Silveira: MT, MS e GO são estados conhecidos por serem fortes com a musica sertaneja, isso para os rockeiros não se torna dificultoso para divulgar seus trabalhos?

Rodrigo Scarton: Opa, se torna. Temos um mercado muito bem estabelecido desses estilos por aqui e em muitos outros estados, no entanto, pra nossa surpresa diante de uma cidade extremamente do interior tem uma procura fenomenal, aqui ainda predominam o sertanejo e a música eletrônica, no entanto, a galera tá percebendo que não precisa deixar de gostar do sertanejo, do eletrônico ou do que mais for pra curtir também o Rock. Então muita gente que curte sertanejo, mas já estava enjoada de só consumir esse estilo, ao ver algumas opções surgindo compareceram e ajudaram muito, hoje temos, pelo menos no MT, um mercado muito bacana pra estilos como Rock, Blues, Jazz e MPB.

Glauco Silveira: Existem muitas opções, casas de rock em Sinop e região para a divulgação do trabalho de vocês ou encaram qualquer lugar?

Rodrigo Scarton: Aqui em Sinop temos praticamente todos os lugares que realizam noites com som ao vivo, de boates a restaurantes, com pelo menos uma noite por semana dedicada ao Rock e outra a MPB.Temos agora uma casa que só toca exclusivamente Rock n' Roll e O Xingú, que foi onde fizemos nosso primeiro show, que é muito eclética, mas não toca sons como sertanejo, funk "and things like that!". Agora temos em Sorriso, cidade vizinha aqui, um bar bem bacana só pra sons assim também, entendo que para muita gente pode parecer pouco, mas estamos falando de cidades com uma média de 50 mil habitantes, Sinop, que é um pouquinho maior (150 mil), está realmente se superando nesse quesito, pelo tamanho da cidade, pelo lugar da cidade e principalmente pela cultura do povo.

Glauco Silveira: Qual a sua opinião sobre a Copa do Mundo ser realizada no Brasil e Cuiabá ser uma das sedes?

Rodrigo Scarton: Olha, não tenho lá uma opinião muito crítica em relação à Copa. Não curto futebol e acho essa idolatria por esse esporte um lance muito perigoso até. Não concordo com a realização desse eventos e com tudo que virá e vai embora com a FIFA. No entanto, não acho que o dinheiro desfalcado pela Copa seria investido em Saúde, Educação, Saneamento, etc. É o maior 'pão e circo' da história pra mim. Sobre Cuiabá, bom, as "melhorias" da Copa transformaram a cidade num caos acho totalmente desnecessário tudo isso, é um gigantesco ato "pra inglês ver" no fim das contas.

Glauco Silveira: Se não teve até hoje, por que acreditar que poderia ser investido justo agora?

Rodrigo Scarton: Exato, nisso que eu penso. Não teve antes, não terá por causa da copa, não teria se não fosse ter copa também, acho que alguma coisa ficou muito confusa aí no meio desse rolo, muito politicagem, muito partidarismo, muitas afirmações severas e sempre a mesma situação, entra governo, sai governo. Azul ou Vermelho, tá tudo parecido pra mim. (risos).

Glauco Silveira: e não somos daltônicos (risos)

Rodrigo Scarton: A maioria é sim, tudo é uma questão do quanto se enfeita o contexto, de repente o vermelho parece mais bonito, de repente o azul. Se todo mundo realmente parasse pra pensar buscasse um informação mais bem fundamentada, lesse, conversasse, etc., com certeza, seria mais fácil direcionar um país continental como esse, já que nem os rubros nem os azulões lidariam com massa de manobra, mas sim, com serem pensante, críticos e analíticos.

Glauco Silveira: Você acredita em alguma mudança para as próximas eleições, com o julgamento e condenados no caso do mensalão, manifestações ano passado que se espalharam pelo país ou até lá o povo já esqueceu de tudo isso?

Rodrigo Scarton: Olha, tenho um palpite sobre o que vai acontecer esse ano...Acho que na copa e nas eleições desse ano, vamos ver muito barulho mas sinceramente tenho medo disso, o que houve nas ruas há algum tempo foi lindo no entanto, não consigo deixar de pensar que muita coisa aconteceu ali da forma que estava programado por alguém, não me pareceu tão natural, tão cívico o que o povo defendia depois de algumas semanas, sem contar aquela coisa estranha que são os Black Blocs que até hoje não se sabe se era contra ou contratados pelo governo, sei lá. Acho que é muito barulho pra pouca vontade de mudar.

Glauco Silveira: Como você vê a repentina aposentadoria do "herói nacional" Joaquim Barbosa?

Rodrigo Scarton: (gargalhadas) Esse é outro caso que eu tenho pensado. Gosto da história do Joaquim e do que ele fez com alguns mensaleiros mas não sou muito fã da ideia de ver ele na política...De repente o cara só vai se aposentar mesmo, mas acho um tanto quanto provável que ele entre no pleito pra alguma coisas até outubro. E acho um tanto quanto complicado, o principal opositor dele no supremo, (Ricardo Lewandowski) assumir como presidente da casa agora também...To aguardando os próximos acontecimentos...

Glauco Silveira: Voltando a musica...já que vc já disse que não curte futebol e no blog nunca falamos de politica, mas gostei dessa breve conversa sobre o assunto com você.O que falta para o Brasil conhecer uma banda de Rock do MT?

Rodrigo Scarton: Falta essa banda ter um milhão e meio de reais pra comprar o sucesso a nível nacional, porque é assim que as coisas funcionam no mercado musical. Talento não é, nem nos melhores sonhos, um sinônimos de sucesso e ouso estender esse comentário pra quase todos os estilos, não pra todos porque não conheço tudo a fundo, mas comumente vemos aberrações musicais na telinha no domingo com um empresário por trás que no mínimo pagou algo em torno de 100 à 300 mil (ou mais) pra colocar o artista lá.

Glauco Silveira: Podemos dizer que o "Esquenta" da Regina Casé seria um dessas portas financeiras?

Rodrigo Scarton: Não exatamente, não sei o que se passa com o Esquenta, não gosto, não assisto e acho um absurdo ouvir que todo brasileiro gosta de futebol e funk. Me refiro mais a Programas como Domingão do Faustão, mesmo sendo de uma pobreza intelectual gigantesca ainda assim, é uma puta vitrine infelizmente.

Glauco Silveira: Você não tem idade para ter visto o "Perdidos na Noite", mas para quem conheceu o Faustão daquela época para agora, vê claramente quando foi comprado o espaço musical do programa ou se foi escolha dele, Faustão é roqueiro assumido, mas o que ele ganha, até eu também mudaria de estilo (risos).

Rodrigo Scarton: Pois é, ele está em primeiro lugar como arrecadador de fundos para a Rede Globo, ganha uns 5 milhões por mês e faz a Globo faturar cerca de 1 bilhão/mês. Quando as pessoas acham que é exagero, que é tudo comprado, acham que os caras lá ganham tipo 100, 200 mil e acham isso uma fortuna já, de repente, sabendo das cifras reais entendem que o mercado paga muito, mas muito bem para os veículos de comunicação rodarem lixo e convencerem o telespectador de que aquilo é bom.

Glauco Silveira: Rodrigo, obrigado por participar do blog, gostei muito de conversar com você sobre um pouco de tudo e espero conhece-lo pessoalmente um dia que com certeza ficaremos horas discutindo todos os tipos de assuntos, desejo a você e a banda muito sucesso e no que eu puder ajudar para divulga-los eu farei.

·         Rodrigo Scarton: Bah velho, prazer é todo meu. Com certeza vamos nos topar uma hora dessas por aí e trocar umas boas ideias. Obrigado pelos votos. Muito sucesso ao Blog, ao programa e os demais projetos, é muito importante dar voz aos artistas, eu que sei o quanto isso é valioso e difícil de acontecer. Fico feliz que nos dias de hoje, hajam iniciativas assim.
Grande abraço Glauco!