Sem
papas na língua, Rodrigo Scarton que não gosta de futebol falou um pouco de
tudo e não poupou criticas a programas da televisão brasileira.
Conheça
um pouco mais sobre ele.
26
anos, de Sinop MT, trabalha com música há 11 anos e toca há 15 anos. Cursa
atualmente Psicologia
Guitarrista
e violonista, aspirante a violeiro (instrumento que está estudando muito agora)
e por ventura do destinos, o colocaram
pra cantar.
Já
tocou com várias bandas de baile e em alguns projetos de Música Brasileira, Pop
Rock, Soul e Funk.
Atualmente,
além dos free lances com bandas e demais artistas, com mais três amigos, toca e
canta na Biscoito Fino, que toca de tudo um pouco desde que todos concordem que
seja bom e divertido de fazê-lo.
Glauco Silveira: Musica e
psicologia combinam?
Rodrigo Scarton: Opa,
muito, pelo menos pra mim, apesar que não gosto muito de misturar as duas. São
duas coisas que amo muito, mas que pretendo não misturar, assim tenho uma
quando me estafo da outra.
Rodrigo Scarton: No
começo de Janeiro de 2013, meu amigo e companheiro de banda Geléia
(Contrabaixo) apareceu na minha casa contando que tinham saído da banda com a
qual tocava, Moda da Casa, ele e o Tiago (Bateria), me falou que gostaria de
montar um lance novo, pediu se eu queria, e eu queria muito (risos), depois entrou
o Ronaldo (Guitarra/vocal) também na jogada, a Gig tava feita. Dia 18 de
Janeiro fizemos nosso primeiro show e estamos por aí ocupando ouvidos alheios
desde então.
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Glauco Silveira: A ideia de
fazer musica autoral veio desde o inicio ou surgiu pelo caminho da banda?
Rodrigo Scarton: Um
pouco das duas coisas. A princípio não explicitamente; tínhamos vontade de
tocar mesmo. Eu tenho algumas composições guardadas numa gaveta mostrei umas
duas pra galera, eles curtiram, surgiu a oportunidade de gravarmos, escolhemos
a Templo de Pedra. Agora estamos trabalhando em algumas outras dentro das
possibilidades de tempo e financeiras, inclusive, ganhamos uma linda poesia do
Carlinhos Mato Grosso, que é de Sinop também, prata da casa, se chama Maria
Joana, já está musicada e será a próxima gravação. Um baião rock.
Glauco Silveira: MT, MS e GO são estados conhecidos por serem fortes com a musica
sertaneja, isso para os rockeiros não se torna dificultoso para divulgar seus
trabalhos?
Rodrigo Scarton: Opa, se torna. Temos um mercado muito bem estabelecido desses
estilos por aqui e em muitos outros estados, no entanto, pra nossa surpresa
diante de uma cidade extremamente do interior tem uma procura fenomenal, aqui
ainda predominam o sertanejo e a música eletrônica, no entanto, a galera tá
percebendo que não precisa deixar de gostar do sertanejo, do eletrônico ou do
que mais for pra curtir também o Rock. Então muita gente que curte sertanejo,
mas já estava enjoada de só consumir esse estilo, ao ver algumas opções
surgindo compareceram e ajudaram muito, hoje temos, pelo menos no MT, um
mercado muito bacana pra estilos como Rock, Blues, Jazz e MPB.
Glauco Silveira: Existem muitas opções, casas de rock em Sinop e região para a divulgação
do trabalho de vocês ou encaram qualquer lugar?
Rodrigo Scarton: Aqui em Sinop temos praticamente todos os lugares que realizam
noites com som ao vivo, de boates a restaurantes, com pelo menos uma noite por
semana dedicada ao Rock e outra a MPB.Temos agora uma casa que só toca
exclusivamente Rock n' Roll e O Xingú, que foi onde fizemos nosso primeiro
show, que é muito eclética, mas não toca sons como sertanejo, funk "and
things like that!". Agora temos em Sorriso, cidade vizinha aqui, um bar
bem bacana só pra sons assim também, entendo que
para muita gente pode parecer pouco, mas estamos falando de cidades com uma
média de 50 mil habitantes, Sinop, que é um pouquinho maior (150 mil), está
realmente se superando nesse quesito, pelo tamanho da cidade, pelo lugar da
cidade e principalmente pela cultura do povo.
Glauco Silveira: Qual a sua
opinião sobre a Copa do Mundo ser realizada no Brasil e Cuiabá ser uma das
sedes?
Rodrigo Scarton: Olha, não tenho lá uma opinião muito crítica em relação à Copa.
Não curto futebol e acho essa idolatria por esse esporte um lance muito
perigoso até. Não concordo com a realização desse eventos e com tudo que virá e
vai embora com a FIFA. No entanto, não acho que o dinheiro desfalcado pela Copa
seria investido em Saúde, Educação, Saneamento, etc. É o maior 'pão e circo' da
história pra mim. Sobre Cuiabá, bom, as "melhorias" da Copa
transformaram a cidade num caos acho totalmente desnecessário tudo isso, é um
gigantesco ato "pra inglês ver" no fim das contas.
Glauco Silveira: Se não teve até
hoje, por que acreditar que poderia ser investido justo agora?
Rodrigo Scarton: Exato, nisso que eu penso. Não teve antes, não terá por causa da
copa, não teria se não fosse ter copa também, acho que alguma coisa ficou muito
confusa aí no meio desse rolo, muito politicagem, muito partidarismo, muitas
afirmações severas e sempre a mesma situação, entra governo, sai governo. Azul
ou Vermelho, tá tudo parecido pra mim. (risos).
Glauco Silveira: e não somos daltônicos (risos)
Rodrigo Scarton: A maioria é sim, tudo é uma questão do quanto se enfeita o
contexto, de repente o vermelho parece mais bonito, de repente o azul. Se todo
mundo realmente parasse pra pensar buscasse um informação mais bem fundamentada,
lesse, conversasse, etc., com certeza, seria mais fácil direcionar um país
continental como esse, já que nem os rubros nem os azulões lidariam com massa
de manobra, mas sim, com serem pensante, críticos e analíticos.
Glauco Silveira: Você acredita em alguma mudança para as próximas eleições, com o
julgamento e condenados no caso do mensalão, manifestações ano passado que se
espalharam pelo país ou até lá o povo já esqueceu de tudo isso?
Rodrigo Scarton: Olha, tenho um palpite sobre o que vai acontecer esse ano...Acho
que na copa e nas eleições desse ano, vamos ver muito barulho mas sinceramente
tenho medo disso, o que houve nas ruas há algum tempo foi lindo no entanto, não
consigo deixar de pensar que muita coisa aconteceu ali da forma que estava
programado por alguém, não me pareceu tão natural, tão cívico o que o povo
defendia depois de algumas semanas, sem contar aquela coisa estranha que são os
Black Blocs que até hoje não se sabe se era contra ou contratados pelo governo,
sei lá. Acho que é muito barulho pra pouca vontade de mudar.
Rodrigo Scarton: (gargalhadas) Esse é outro caso que eu tenho pensado. Gosto da
história do Joaquim e do que ele fez com alguns mensaleiros mas não sou muito
fã da ideia de ver ele na política...De repente o cara só vai se aposentar
mesmo, mas acho um tanto quanto provável que ele entre no pleito pra alguma
coisas até outubro. E acho um tanto quanto complicado, o principal opositor
dele no supremo, (Ricardo Lewandowski) assumir como presidente da casa agora
também...To aguardando os próximos acontecimentos...
Glauco Silveira: Voltando a musica...já que vc já disse que não curte futebol e no
blog nunca falamos de politica, mas gostei dessa breve conversa sobre o assunto
com você.O que falta para o Brasil conhecer uma banda de Rock do MT?

Glauco Silveira: Podemos dizer que o "Esquenta" da Regina Casé seria um
dessas portas financeiras?
Rodrigo Scarton: Não exatamente, não sei o que se passa com o Esquenta, não
gosto, não assisto e acho um absurdo ouvir que todo brasileiro gosta de futebol
e funk. Me refiro mais a Programas como Domingão do Faustão, mesmo sendo de uma
pobreza intelectual gigantesca ainda assim, é uma puta vitrine infelizmente.
Glauco Silveira: Você não tem idade para ter visto o "Perdidos na Noite", mas
para quem conheceu o Faustão daquela época para agora, vê claramente quando foi
comprado o espaço musical do programa ou se foi escolha dele, Faustão é
roqueiro assumido, mas o que ele ganha, até eu também mudaria de estilo (risos).
Rodrigo Scarton: Pois é, ele está em primeiro lugar como arrecadador de fundos
para a Rede Globo, ganha uns 5 milhões por mês e faz a Globo faturar cerca de 1
bilhão/mês. Quando as pessoas acham que é exagero, que é tudo comprado, acham
que os caras lá ganham tipo 100, 200 mil e acham isso uma fortuna já, de
repente, sabendo das cifras reais entendem que o mercado paga muito, mas muito
bem para os veículos de comunicação rodarem lixo e convencerem o telespectador
de que aquilo é bom.
Glauco Silveira: Rodrigo, obrigado por participar do blog, gostei muito de
conversar com você sobre um pouco de tudo e espero conhece-lo pessoalmente um dia
que com certeza ficaremos horas discutindo todos os tipos de assuntos, desejo a
você e a banda muito sucesso e no que eu puder ajudar para divulga-los eu farei.
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Rodrigo Scarton: Bah
velho, prazer é todo meu. Com certeza vamos nos topar uma hora dessas por aí e
trocar umas boas ideias. Obrigado pelos votos. Muito sucesso ao Blog, ao
programa e os demais projetos, é muito importante dar voz aos artistas, eu que
sei o quanto isso é valioso e difícil de acontecer. Fico feliz que nos dias de
hoje, hajam iniciativas assim.
Grande abraço Glauco!