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Anderson Maciel |
Glauco Silveira :O que é o "Grito do Rock"?
Anderson Maciel: O Grito Rock é o festival integrado de artes alternativas que acontece durante o período do Carnaval. Teve início há 11 anos atrás, em 2003, aqui mesmo na nossa capital Cuiabá. Em 2005 passou a acontecer de forma colaborativa, A partir de então, ao longo dos anos, diversas cidades se aderiram a produção do Festival, permitindo que mais produtores compartilhem experiências e fortaleçam a cadeia produtiva da música local. Ao mesmo tempo em que o festival amplia com isto seu alcance no “Brasil Profundo”, criando também conexões em âmbito global., chegando em 2014 a 400 cidades de 40 países, conectando nesta 12ª edição o interior do Brasil e vários países da América Latina, Europa, África e América do Norte.
Glauco Silveira: Como foi organizar o Grito do Rock em Sinop - MT?
Anderson Maciel: Em uma palavra, surreal. Sou amante da música, todavia desde sempre busco a oportunizações, a CUFA me trouxe isso. E com o Grito Rock conseguimos aliar toda a cena musical com temas de formação para o público, começando por ser um festival de bandas autorais, depois disto criamos vários momentos de palestra, oficinas e debates, por exemplo dentro do Grito Rock em Sinop neste ano debatemos alternativas de organizações LGBT, onde o público presente criou uma agenda permanente e irão dar continuidade ao debate e ações sobre o tema ao longo dos dias, meses, anos.
Glauco: Quais foram as maiores dificuldades?
Anderson: Tudo é ousadia, os temas abordados nas formações, a captação de recursos para efetivação das atividades, bem como a provocação de que as bandas tem de investir tempo e dinheiro para suas produções autorais.
Glauco: A ideia de colocar palestras como turismo e a questão LGBT na programação surgiu de onde?
Anderson: Prezamos muito pela manutenção da rede de amigos e amigas, portanto o debate é constante e intenso, assim vamos levantando as demandas vividas diariamente, e neste ano sentimos a importância de provocar o auto reconhecimento de pontos turísticos urbanos do município, bem como a importância do público do gênero LGBT debaterem e se integrarem sobre o tema, a fim de buscar dar suporte, orientação num formato de troca entre si, tipo o nós por nós mesmo.
Glauco: E o resultado dessas palestras para você foi bom ou poderia ser melhor?
Anderson: Foram ótimos, surpreendentes, fica provado de que podemos muito mais, basta apertar o start.
Glauco: como foi escolher as bandas que participaram e qual foi o critério utilizado para a escolha?
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Theo Charbel |
Anderson: Difícil, talvez a parte mais sinistra do festival, tivemos 55 bandas de todas regiões do pais, vontade de fazer vários dias de festivais e aportar todas, (risos), mas temos que caminhar conforme o passo aguenta, prezamos por uma atração nacional, no caso a rapper paulista Lurdez da Luz, prezamos ainda por bandas regionais, no caso 02 de Cuiabá e 01 de Alta Floresta, considerando o detalhe ainda de escolher bandas que nunca tiveram no Grito Rock das outras edições e localmente tivemos a RDF, prata da casa, qual escolhemos por ser uma banda que vem construindo várias frentes para o cenário cultural, desde eventos a manifestos prol cenário cultural local.
Glauco: Ano que vem tem mais?
Anderson: Certeza, proposta é crescer, integrar mais pessoas, mais campanhas e quem sabe uma troca legal com Curitiba através da sua pessoa Glauco.
Glauco: Já dizia a banda Dr. Sin, "Futebol, Mulher e Rock and Roll, meu Deus como isso é bom" (risos). Qual o seu time de coração?
Anderson: São Paulo, desde 1992.
Glauco: Por que você escolheu o São Paulo?
Anderson: Na época, eu com 6 para 7 anos de idade, recém chegado da minha cidade natal Peixoto de Azevedo, conhecia de fato a Televisão e nela assistia o São Paulo com desempenho incrível, na sequencia tivemos o nosso ídolo Rogério Ceni efetivado na equipe e também as influencias dos amigos da sala de aula.
Glauco: Qual o jogo do São Paulo inesquecível para você?
Anderson: Quando ele veio jogar em Sinop, o time da nossa cidade vivia um momento incrível também, classificado para copa do brasil e no sorteio de equipe rolou o jogo de Sinop e São Paulo, tive a honra de ser gandula no jogo e ver tudo de muito perto, sem dúvidas inesquecível.
(Sinop e São Paulo se enfrentaram pela Copa do Brasil de 2000, no jogo de ida no dia no dia 27/04/2000, o São Paulo venceu por 4x0 e no jogo de volta no dia 03/05/2000 por 2x0, desta forma o São Paulo passou para a próxima fase da competição naquele ano, chegando a final mas perdendo o título para o Cruzeiro)
Glauco: Qual o seu ponto de vista da realização da Copa do Mundo no Brasil?
Anderson: Eu reafirmo o grito ecoado no Brasil inteiro. “Copa do Mundo, eu abro mão. Quero dinheiro pra saúde e educação”. Indo além disto e uma discussão feita na própria palestra do Grito Rock, ministrada pela turismóloga Iara Knabben, as ações de turismo, que possuem um investimento de R$ 212 milhões anunciado pelo governo federal, não tiveram nenhum centavo liberado até janeiro, enfim, a copa é uma furada.
Glauco: Para você Cuiabá está preparada para receber a Copa do Mundo?
Anderson: Nem perto disto, Cuiabá só tem pronto o que será o Elefante Branco (Estádio)
Glauco: Mas a realização da Copa pode trazer benefícios ao Mato Grosso.
Anderson: Se houvesse seriedade no emprego do dinheiro público, poderiam ser diversos, do jeito que está, estamos torcendo para que Cuiabá fique ao menos do jeito que estava quando começaram as obras. Ou seja está mais fácil discutir o não legado do que o legado da Copa.
Glauco: Quem é o Anderson para o Anderson?
Anderson: Afro MatoGrossense, Pai, Filho, Amigo, Assessor Parlamentar, Produtor Cultural e Militante Social.
Glauco: Anderson, muito obrigado de vc ter topado a participar do Blog e desejo do fundo do coração muito sucesso onde tenha dedo seu.
Anderson: Eu que agradeço a oportunidade, espaço como estes são de fundamental importancia para empoderamento de novos atores, sejam esportivos, culturais, sociais, uma iniciativa a ser dada o ctrl c - ctrl v. Parabéns!